"A
definição de física quântica está no seu próprio nome. Quantum significa
"uma quantidade discreta de energia eletromagnética" — basicamente,
trata-se daquilo que constitui o mundo quando ele é reduzido à sua essência. Os
físicos quânticos logo descobriram que o mundo era sólido apenas na aparência,
na realidade não era sólido coisa nenhuma. A analogia explicada a seguir pode
nos esclarecer melhor o porquê disso.
Quando
estamos no cinema assistindo a um filme, sabemos que as imagens que se movem na
tela estão nos transmitindo uma ilusão. O romance e a tragédia que tangem
nossas emoções não passam de fotogramas estáticos sendo disparados muito
rapidamente, um em seguida ao outro, criando, dessa ma-neira, a sensação de uma
história contínua. Conquanto nossos olhos estejam vendo as imagens quadro a
quadro, nosso cérebro consegue fundi-las de modo a percebermos o movimento como
ininterrupto.
Os físicos
quânticos acreditam que nosso mundo funciona de uma maneira bastante
semelhante. Por exemplo, quando vemos a defesa da cortada no vôlei ou o salto
triplo da patinação artística no gelo ao assistirmos um programa de esportes na
televisão, o que realmente estamos presenciando, em termos quânticos, é uma
série de eventos isolados que acontecem muito rapidamente e que são
apresentados conjuntamente.
Semelhantemente
ao modo como muitas imagens juntas fazem o movimento parecer tão real, a vida
na realidade ocorre como breves e minúsculas erupções de luz que chamamos de
"quanta". O quanta da vida acontece de maneira tão rápida que, salvo
se formos donos de um cérebro treinado para operar de modo diferente (como em
alguns casos da prática da meditação), o que ele faz é simplesmente tirar uma
média dos pulsos para criar uma ação ininterrupta, semelhante àquela que nos
prende quando assistimos à televisão.
A física
quântica estuda, portanto, tudo o que acontece em uma escala muito pequena de
forças subjacentes ao nosso mundo físico. A aparente diferença entre o modo de
funcionamento do mundo quântico e a do mundo cotidiano fez com que surgissem
duas escolas entre os cientistas e os físicos contemporâneos: a clássica e a
quântica. Cada uma dessas escolas tem sua própria teoria de apoio.
O grande desafio tem sido compatibilizar essas duas
maneiras tão diferentes entre si de ver as coisas em um único modo de enxergar
o universo — a teoria unificada. Para isso torna-se necessário que exista
alguma coisa que preencha o que nós percebemos como o espaço vazio. Mas o que
poderia ocupá-lo?
RESUMO
DO LONGO CAMINHO RUMO À TEORIA UNIFICADA:
1687 — Física
newtoniana: Isaac Newton publica suas leis do movimento e a ciência moderna
começa. É uma visão que percebe o universo como sendo um sistema mecânico de
massas onde o espaço e o tempo são absolutos.
1867 — Física da teoria
do campo: James Clerk Maxwell propõe a existência de forças que não
podem ser explicadas pela física de Newton. Seus trabalhos de pesquisa, juntamente
com os de Michael Faraday, apontam para a descoberta de um universo constituído
de campos de energia que interagem uns com os outros.
1900
— Física quântica: Max Planck publica sua teoria do mundo como lampejos
de energia chamada "quanta". Os experimentos na escala quântica mostram
que a matéria existe como probabilidades e tendências, não como coisas
absolutas, e sugere que a "realidade" pode não ser exatamente tão
real ou sólida afinal de contas.
1905 — Física da
relatividade: A visão do universo por Albert Einstein perturba a física
newtoniana. Einstein propõe que o tempo seja relativo, em vez de absoluto. Um
aspecto essencial da relatividade é a consideração de que o espaço e o tempo
não podem ser separados, coexistem em uma quarta dimensão.
1970 — Física da
teoria das cordas: Os físicos formulam teorias que descrevem o universo como
constituído por minúsculas cordas vibrantes que podem ser usadas para explicar
tanto as observações do mundo quântico, como as do mundo do dia-a-dia. A teoria
é formalmente aceita pelas principais correntes de pensamento da comunidade dos
físicos em 1984, passando a ser vista como uma possível ponte de união com
todas as outras teorias.
Texto extraído do livro: A Matriz Divina - uma jornada através do tempo, do espaço, dos milagres e da fé / Gregg Braden/ Ed. Cultrix